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Ruído ocupacional: como proteger a saúde e o bem-estar no ambiente de trabalho

Foto do escritor: Clínica AtenuarClínica Atenuar

No ambiente de trabalho, frequentemente os trabalhadores são expostos a diferentes estímulos sonoros, entre eles o ruído ocupacional. Embora muitas vezes subestimado, o seu impacto no local de trabalho pode ter consequências significativas para a saúde e o bem-estar dos funcionários. Entender o que é e como podem ser reduzidos no dia a dia é essencial para garantir um ambiente laboral mais seguro e saudável.


Ambiente de trabalho ruidoso.
Foto de Cetteup, via Unsplash

O que é?

Ruído ocupacional refere-se ao som indesejado ou incômodo no ambiente de trabalho que pode causar desconforto e prejudicar a saúde dos trabalhadores. Medido em decibéis (dB), o ruído pode variar de um som constante e alto, como o de uma máquina em uma fábrica, a níveis mais baixos mas ainda perturbadores, como o ruído de conversas em um escritório.


Impactos na Saúde

  1. Perda Auditiva: A exposição prolongada a níveis elevados de ruído é uma das principais causas de perda auditiva induzida por ruído. Essa condição é irreversível e pode afetar a qualidade de vida do trabalhador;

  2. Estresse e Fadiga: O ruído constante pode aumentar o estresse e a fadiga, tornando o ambiente de trabalho menos agradável e afetando a produtividade;

  3. Dificuldades de Comunicação: Em ambientes ruidosos, a comunicação pode se tornar difícil, o que pode levar a mal-entendidos e erros, aumentando o risco de acidentes;

  4. Problemas de Saúde Geral: Estudos mostram que a exposição prolongada ao ruído pode estar associada a problemas de saúde como hipertensão e doenças cardiovasculares.


Normas e Regulamentação

No Brasil, contamos com regulamentação do Ministério do Trabalho e Previdência acerca dos limites tolerados para os ruídos laborais. 


A principal destas normas é a NR15, que trata sobre o Limite de Tolerância abordando o seguinte: “a concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral”. Desta forma, o limite estabelece até qual ponto de exposição ao ruído o trabalhador ainda tem a sua saúde preservada.


Existem, ainda outras normas que tratam deste mesmo tema, como as listadas a seguir:

  • Norma Regulamentadora 6 (NR-6): trata do uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI);

  • Norma de Higiene Ocupacional (NHO-01): trata da avaliação de riscos e propõe medidas de prevenção, diminuição e eliminação;

  • ABNT NBR 10152: trata da Avaliação do Ruído em Áreas Habitadas, estabelecendo os níveis de tolerância dos ruídos nos ambientes;

  • ABNT NBR 10151:2019: define normas de medição e avaliação de níveis de pressão sonora em áreas habitadas;

  • RESOLUÇÃO CONAMA Nº 001: define normas de poluição sonora.


Avaliação do Nível de Tolerância


Para fazer a avaliação do Nível de Tolerância, fundamental para preservar a saúde do trabalhador e manter a conformidade com as normas técnicas, é necessário fazer o teste de medição de ruído. 


Débora Milani Kemerich, Técnica em Segurança do Trabalho
Débora Milani Kemerich
Aqui na Clínica Atenuar, é possível realizar este acompanhamento com os trabalhadores no seu local de trabalho. A Engenheira em Segurança do Trabalho, Débora Milani Kemerich, nos explica como funciona o atendimento para este serviço:



Qual a importância da realização do teste de medição de ruído no contexto da Saúde e Segurança do Trabalho?

Débora: O ruído tem se tornado um desafio nos locais de trabalho. Quando os funcionários são expostos a níveis elevados de ruído, além da perda auditiva, isso pode prejudicar a comunicação, aumentar a chance de acidentes, reduzir a produtividade e a qualidade do serviço, e impactar a saúde mental e física dos colaboradores.


Como é realizada a medição de ruído pela Clínica Atenuar?

Débora: A medição de ruído é realizada através de um aparelho chamado de dosímetro. O dosímetro é um dispositivo fundamental para monitorar e avaliar a exposição dos trabalhadores a níveis de ruído em ambientes de trabalho. O aparelho fica em média 6 horas com o colaborador e ao ser carregado pelo mesmo durante suas atividades, o dosímetro mede continuamente o nível de ruído em decibéis (dB) a intervalos pré-determinados. Esses dados são importantes para entender a intensidade do som ao qual o trabalhador está exposto e, consequentemente, avaliar o risco de danos ao sistema auditivo.




A partir dessas medições, é possível tomar decisões informadas sobre a necessidade de implementar medidas de controle do ruído, como a utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), a reconfiguração do ambiente de trabalho ou a realização de treinamentos específicos para minimizar os riscos à saúde auditiva. A análise dos dados coletados pelo dosímetro permite também o cumprimento de normas regulamentadoras que visam proteger os trabalhadores de ambientes insalubres.


Como o trabalhador pode se prevenir da exposição a ruídos ocupacionais? O que as empresas devem ficar atentas nestes casos?

Débora: Os trabalhadores podem se prevenir através das medidas de proteção coletiva,  limitação do tempo de exposição ao ruído, revezamento de trabalhadores em locais ruidosos e o uso de EPI como protetor auricular e o protetor auditivo tipo concha.


Quando os níveis de ruído em ambientes de trabalho são altos, as empresas devem tomar diversas medidas para proteger a saúde dos trabalhadores como o monitoramento do risco, implementação de medidas de controle, fornecimento de  EPI, treinamentos e conscientização, manutenção de máquinas e equipamentos além de cumprir com as regulamentações de segurança.


Qual a periodicidade indicada para este teste?

Débora: A NHO 01 da Fundacentro e a NR15 não estabelece uma periodicidade para realização da dosimetria. Ela deverá ser realizada sempre que mudar as características do ambiente de trabalho.


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